Coisas da vida...

Às vezes por sortilégio da vida cometemos algum deslize. Erramos. E erramos feio muitas vezes. Quando podemos corrigir e voltar atrás, tudo bem. E quando não dá? O que fazer? Pedir desculpas? Pode ser uma saída. E quando uma simples desculpa não resolve? Devemos esquecer e bola pra frente? Seria o ideal. Mas esquecer? Será que esquecemos mesmo? Será que as pessoas esquecem? Vale lembrar daquele ditado “perdoou, mais não esqueceu”. O que seria da vida se nos prendêssemos em um só momento. Se ficássemos ali, sem reagir, sem seguir, simplesmente se lamentando pelo o que perdemos, pelo o que erramos. A vida não seria vida. Seria uma coisa parada, sem ser, sem ver, sem sentir. Perderíamos tantas coisas. Tantos momentos que seriam tão bons. Tente imaginar se depois daquela briga com o melhor amigo, aquela briga que pensávamos que nunca fosse ocorrer. Se ficássemos lá, imaginando tudo o que foi dito, todas as desavenças. Se resolvermos não falar mais com ele. Se decidirmos nem pensar nele. Se esquecemos dele. Mas derrepente, por uma brechicha no pensamento, nos pegamos a pensar nele. E num encontro imprevisto vem o perdão. Aí enxergamos como fomos bobos, quanto tempo perdemos. Vemos que era tudo ao contrário do que imaginávamos. Voltamos à vida normal. Agora imagine se ficássemos congelados naquele mau humor, naquela briga, se não tivéssemos um furinho no nosso orgulho para ter de volta a nossa vida. Vida essa que só vale à pena se for enfrentada como se cada dia fosse único e cada momento, um milagre.